Quem critica a crítica?
Junto com os primeiros discos de punk rock – e tudo o mais que caía nas mãos, naqueles verdes anos – vieram as histórias por detrás da música. Informação que ia além das faixas e me fazia torrar meu parco dinheiro com revistas e jornais – na verdade o caderno cultural de algumas publicações. O objetivo: sentir o mundo que aquela música representava.
Quase tanto quanto os poetas e romancistas, os críticos de música me faziam sonhar. Lendo as revistas da época eu me instalava na Oxford Street, em Londres, e me imaginava atirando pedras na polícia, me sentia parte das orgias de sexo e drogas – inventadas, diga-se de passagem – pelo maluco Ezequiel Neves ou me indignava com o conservadorismo americano como Ana Maria Bahiana fez numa memorável resenha para The Bells, de Lou Reed.
O tempo passou e conheci Bia Abramo, colaboradora da Bizz e Folha de São Paulo no auge das minhas descobertas adolescentes. Logo depois dos cumprimentos de praxe, disparei: você sabia que grande parte da minha coleção de discos foi influenciada por sua opinião? Ela ficou séria e respondeu que já havia pensado sobre isso, sobre a responsabilidade que se tem ao opinar sobre um livro ou um disco.
Fui educado por alguns bons jornalistas imersos na cultura de massa. Não quero parecer nostálgico - apenas tratava-se de uma boa safra – mas quando leio alguns artigos nos cadernos de cultura penso no estrago que um texto, do alto de sua arrogância – todo ignorante tem certeza que é um sábio – pode fazer numa cena.
A lei obriga os jornalistas a terem diploma. O que é um diploma? Um pedaço de papel que diz que você teve paciência - ou astúcia para driblar os professores – e concluiu seu curso. Você sabe escrever uma sentença mas de onde vem sua opinião? Viajou? Gastou horas se informando? Acompanha a obra do autor? Conhece a origem daquela música? Tem parâmetros comparativos para julgar o objeto de crítica?
Tantas vezes percebemos que é puro “achismo”, o pão com manteiga do lar que se leva até a redação.
Caso 1
Não deveria acontecer mas acontece com muita freqüência. O jornalista vem me entrevistar e não sabe absolutamente nada sobre o meu trabalho. É incapaz de me questionar e se torna um mero porta-voz das besteiras que esse DJ é capaz de falar.
Há dois dias atrás uma moça irritou-se porque sugeri que ela desse uma olhada no Google antes de prosseguirmos, visto estava que ela não sabia nada a respeito de música eletrônica. Indignada ela retrucou: “sou jornalista e não preciso conhecer o assunto pra escrever sobre ele.”
Caso 2
Esse colunista recebe inúmeras notas – muitas vezes em tom opinativo – de assessorias de imprensa. As relações entre as assessorias e os jornalistas são tão viciadas que as notas já vêm prontinhas para serem publicadas! Bom para quem está na redação, são algumas linhas a menos para se dar ao trabalho de pensar; bom para quem envia pois está lá sua publicidade com o aval do jornal.
Ruim mesmo é para nós, leitores que gostamos de opinião.
O resultado ...
Uma das mais originais atrações que poderíamos ter nesse carnaval seria uma autêntica aparelhagem de Belém do Pará, cedida sem custos ao Recife ou Olinda. Um muro de som à disposição dos organizadores do Rec Beat com intuito de promover a cultura musical de Belém e interagir com os DJs locais.
Não rolou pois as autoridades da área de cultura – tanto de Recife quanto de Olinda – não cederam terreno para a montagem do equipamento, influenciadas pela imagem que a imprensa (TV, rádio, publicações ...) faz das pacatas e divertidas aparelhagens.
Ruim para nós, que gostamos de diversão.
Junto com os primeiros discos de punk rock – e tudo o mais que caía nas mãos, naqueles verdes anos – vieram as histórias por detrás da música. Informação que ia além das faixas e me fazia torrar meu parco dinheiro com revistas e jornais – na verdade o caderno cultural de algumas publicações. O objetivo: sentir o mundo que aquela música representava.
Quase tanto quanto os poetas e romancistas, os críticos de música me faziam sonhar. Lendo as revistas da época eu me instalava na Oxford Street, em Londres, e me imaginava atirando pedras na polícia, me sentia parte das orgias de sexo e drogas – inventadas, diga-se de passagem – pelo maluco Ezequiel Neves ou me indignava com o conservadorismo americano como Ana Maria Bahiana fez numa memorável resenha para The Bells, de Lou Reed.
O tempo passou e conheci Bia Abramo, colaboradora da Bizz e Folha de São Paulo no auge das minhas descobertas adolescentes. Logo depois dos cumprimentos de praxe, disparei: você sabia que grande parte da minha coleção de discos foi influenciada por sua opinião? Ela ficou séria e respondeu que já havia pensado sobre isso, sobre a responsabilidade que se tem ao opinar sobre um livro ou um disco.
Fui educado por alguns bons jornalistas imersos na cultura de massa. Não quero parecer nostálgico - apenas tratava-se de uma boa safra – mas quando leio alguns artigos nos cadernos de cultura penso no estrago que um texto, do alto de sua arrogância – todo ignorante tem certeza que é um sábio – pode fazer numa cena.
A lei obriga os jornalistas a terem diploma. O que é um diploma? Um pedaço de papel que diz que você teve paciência - ou astúcia para driblar os professores – e concluiu seu curso. Você sabe escrever uma sentença mas de onde vem sua opinião? Viajou? Gastou horas se informando? Acompanha a obra do autor? Conhece a origem daquela música? Tem parâmetros comparativos para julgar o objeto de crítica?
Tantas vezes percebemos que é puro “achismo”, o pão com manteiga do lar que se leva até a redação.
Caso 1
Não deveria acontecer mas acontece com muita freqüência. O jornalista vem me entrevistar e não sabe absolutamente nada sobre o meu trabalho. É incapaz de me questionar e se torna um mero porta-voz das besteiras que esse DJ é capaz de falar.
Há dois dias atrás uma moça irritou-se porque sugeri que ela desse uma olhada no Google antes de prosseguirmos, visto estava que ela não sabia nada a respeito de música eletrônica. Indignada ela retrucou: “sou jornalista e não preciso conhecer o assunto pra escrever sobre ele.”
Caso 2
Esse colunista recebe inúmeras notas – muitas vezes em tom opinativo – de assessorias de imprensa. As relações entre as assessorias e os jornalistas são tão viciadas que as notas já vêm prontinhas para serem publicadas! Bom para quem está na redação, são algumas linhas a menos para se dar ao trabalho de pensar; bom para quem envia pois está lá sua publicidade com o aval do jornal.
Ruim mesmo é para nós, leitores que gostamos de opinião.
O resultado ...
Uma das mais originais atrações que poderíamos ter nesse carnaval seria uma autêntica aparelhagem de Belém do Pará, cedida sem custos ao Recife ou Olinda. Um muro de som à disposição dos organizadores do Rec Beat com intuito de promover a cultura musical de Belém e interagir com os DJs locais.
Não rolou pois as autoridades da área de cultura – tanto de Recife quanto de Olinda – não cederam terreno para a montagem do equipamento, influenciadas pela imagem que a imprensa (TV, rádio, publicações ...) faz das pacatas e divertidas aparelhagens.
Ruim para nós, que gostamos de diversão.
1 Comments:
POxa!
QUe ruim mesmo...que idiotiss edessas pessoas...como vc citou perdemos a oportunidade de diversão e ate de ver coisas diferentes...já que o carnaval daqui se diz d etodos os ritmos...nao tiro o merito...mas eles restrigem certas coisas a mesmisse é como s efosse uma marca...e nunca muda...dificil parecer açgo diferente...
olha vc ja sabe a grade do abril pro Rock?
outra nossa tu é bem exigente né...
um cheiroo
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