O rei do pedaço
Todos querem ser reis! Há um lado alimentado por supostas intenções idealistas, que serve para impressionar quem acredita nisso, mas a mais pura realidade é que queremos ser reis para moldar o mundo ao nosso gosto, adequado aos nossos maiores caprichos. (Comentário sussurrado pelo velho Friedrich Wilhelm Nietzsche, “humano, demasiado humano”).
Mas a verdade é que poucos conseguem reinar de forma absoluta como Seu Leo, dono do bar/reino que leva o seu nome, bem ali, no mercado municipal de São Luis, no Maranhão, norte do Brasil.
O reino do Seu Léo não é grande e não precisa de fortificação. Reconhecido pelo povo, ele é respeitado e não teme invasões bárbaras. No início era apenas um barraca de cerveja e petiscos mas com o tempo Seu Léo, o conquistador, espalhou uma decoração característica pelo corredor do mercado e ampliou seu domínio em, pelo menos, uns
As fronteiras do Bar do Léo estão demarcadas pela música. Ele é o único DJ autorizado a tocar, ele é quem manda no gosto alheio e ai de quem reclamar: terá o visto cassado e alguma dificuldade para obtê-lo de volta. Visto de trabalho, nem pensar! Estrelas da música popular brasileira com Zeca Baleiro e Fagner tiveram o work permit negado para uma jam rápida e sabe-se apenas de uma exceção, o recheado Ed Mota , que teve direito de tocar uns acordes e balbuciar umas sílabas bossanovísticas .
Fanático por café, Seu Léo dorme pouco e trabalha muito. De manhã até o começo da madrugada, lá está ele, à frente de sua vasta coleção de CDs, espalhando sua cultura musical para as barracas de peixe e quando cai a noite, para boêmios inveterados.
Visitar terra tão peculiar não carece muito dinheiro, apenas o valor de uma cerveja e, se a fome apertar, um pratinho da deliciosa tripa frita que tem gosto de quero-mais.
Ah,, uma dica: se ele tocar “Ave Maria do Morro” significa que é hora de voltar para casa. E nem tente contrariar o imperador....
1 Comments:
De pequenos Reinos montamos vastas dinastias, assim como fez Mágno. Faça-se o de Seu Léo.
Abraço!
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