Lado B
O Hotel Astória a um clássico português. Da janela posso vislumbrar a parte antiga de Coimbra, seus becos e historias de um passado secular como o resto do pais. O olhar não é sereno pois tenho uma coluna para escrever e muito pouco tempo para fazê-lo.
Estou na Europa para apenas três shows e, ainda desnorteado - mudança de fuso, horas dentro de aviões, troca de aeroportos, caras novas e agenda cheia –, resolvo compartilhar com os leitores o outro lado dessa vida de DJ viajante.
Saímos – eu, cinco musicos, técnicos e produtor - na segunda-feira a noite do aeroporto do Guararapes, num vôo da TAP direto para Lisboa. Deveríamos ir direto para Londres mas um compromisso surgido de ultima hora – convite para abrir o festival de cinema brasileiro na França – nos colocou numa cilada de transporte e a coisa ficou assim: Recife – Lisboa – Londres (Heathrow) – um táxi ate Lotum, do outro lado da cidade, de onde sairia o vôo para Paris e, finalmente o Charles DeGaulle.
Chegamos depois de quase quatorze horas de vôo mas mesmo estropiado procuro um lugar bacana para jantar e acho um boteco iugoslavo, bem na esquina, tocando fanfarras e cheio de imigrantes falando alto, fumando e bebendo. Estou em casa!
Apesar do cansaço o sono não chega fácil e a madrugada é longa. No dia seguinte, já tem compromisso com imprensa e show. Lavo o rosto, engulo um drinque forte e encaro a vida. A vida, assim chamada nesse momento, é o show de abertura do Festival de Cinema Brasileiro na França. O local demora a encher na expectativa do publico que foi conferir “A Máquina”. Começamos a tocar pouco depois da meia-noite para um publico animadíssimo mesmo para uma quarta-feira européia. Chegamos no hotel as três e logo mais, as sete eu já estou de pé para encarar mais um vôo ate Lisboa.
Um problema ocorre com o ticket e antes de ir para o aeroporto tenho que passar no DHL. Stress absoluto! O tempo corre enquanto o trafico parisiense sussurra que vou perder esse avião.
No fim tudo corre bem e depois de mais duas horas de carro chego a Coimbra.
Daqui a pouco tem mais uma passagem de som e amanha bem cedinho encaro Londres onde reencontrarei a banda que foi direto de Paris para lá.
Vida de glamour? Garotas e Champagne? Festas privês?
Nada disso!
Se você acha que através da musica você vai achar facilidades, meu amigo, vá trabalhar num banco ou ser médico.
1 Comments:
pelo 'camel toe' da gal, dolores!! haha... isso que é um bom suicida, né? faz questão de distribuir seus bens antes de ir embora, como um testamento em vida. Relaxa, vc foi apenas um herdeiro escolhido... ;)
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