B. Leza
Estou em Lisboa e aproveito para me atualizar sobre a cidade através dos jornais. O escândalo do dia foi um assalto a mão armada realizado por um encapuzado num semáforo. Isso se tornou corriqueiro no Brasil ha tanto tempo que a gente nem se surpreende mais .... perdemos a noção da gravidade do fato.
Outra noticia me chama atenção: o B. Leza, um dos meus clubes favoritos na cidade, foi fechado essa semana por excesso de dividas com o proprietário, a companhia de luz e impostos gerais. Lamento do fundo do coração. O clube era o principal ponto de encontro da cultura caboverdiana, tinha uma biblioteca e era aberto a varias formas de expressão, tendo a musica como tronco. Por la passaram estrelas da musica africana como Cesaria Évora, Os Tubaroes e Tito Paris.
Conheci o B. Leza em 2003 onde eu era o único branco do local numa festa de funanas e coladêras, ritmos populares do Cabo Verde. Situada no Largo Conde do Barão, cheguei la orientado pelo negros, a maioria imigrantes, que encontrava na rua. De pergunta em pergunta também cheguei ao Kuduro, estilo de dance music de Angola, muito popular entre os africanos que a cada dia ganha mais espaço entre os jovens de classe media branca tal e qual o nosso funk carioca.
Em Lisboa a presença africana faz-se sentir de forma poderosa. Trata-se do troco dado pelo colonizado ao colonizador. E impossível sair impune numa relação assim e do mesmo jeito que o português mexeu nas culturas africanas, os africanos impõe seus estilos de vida através da comida, na fala, nos hábitos e, principalmente na musica.
O mais engraçado é a vingança brasileira: um dos caras que ajudou a popularizar o hip hop no pais, cantando em português foi Gabriel, o Pensador. Nem mesmo o mais cruel colono merecia isso ...
Ripar
MIA
Aproveito para ir na Bertrand, tradicional livraria secular localizada no Chiado e saio carregado de quadrinhos (por aqui, banda desenhada) e livros de Mia Couto, escritor moçambicano de primeira grandeza.
Altamente recomendável, “Terra Sonâmbula” é seu romance de estréia é desde sempre um clássico da língua portuguesa.
Estou em Lisboa e aproveito para me atualizar sobre a cidade através dos jornais. O escândalo do dia foi um assalto a mão armada realizado por um encapuzado num semáforo. Isso se tornou corriqueiro no Brasil ha tanto tempo que a gente nem se surpreende mais .... perdemos a noção da gravidade do fato.
Outra noticia me chama atenção: o B. Leza, um dos meus clubes favoritos na cidade, foi fechado essa semana por excesso de dividas com o proprietário, a companhia de luz e impostos gerais. Lamento do fundo do coração. O clube era o principal ponto de encontro da cultura caboverdiana, tinha uma biblioteca e era aberto a varias formas de expressão, tendo a musica como tronco. Por la passaram estrelas da musica africana como Cesaria Évora, Os Tubaroes e Tito Paris.
Conheci o B. Leza em 2003 onde eu era o único branco do local numa festa de funanas e coladêras, ritmos populares do Cabo Verde. Situada no Largo Conde do Barão, cheguei la orientado pelo negros, a maioria imigrantes, que encontrava na rua. De pergunta em pergunta também cheguei ao Kuduro, estilo de dance music de Angola, muito popular entre os africanos que a cada dia ganha mais espaço entre os jovens de classe media branca tal e qual o nosso funk carioca.
Em Lisboa a presença africana faz-se sentir de forma poderosa. Trata-se do troco dado pelo colonizado ao colonizador. E impossível sair impune numa relação assim e do mesmo jeito que o português mexeu nas culturas africanas, os africanos impõe seus estilos de vida através da comida, na fala, nos hábitos e, principalmente na musica.
O mais engraçado é a vingança brasileira: um dos caras que ajudou a popularizar o hip hop no pais, cantando em português foi Gabriel, o Pensador. Nem mesmo o mais cruel colono merecia isso ...
Ripar
MIA
Aproveito para ir na Bertrand, tradicional livraria secular localizada no Chiado e saio carregado de quadrinhos (por aqui, banda desenhada) e livros de Mia Couto, escritor moçambicano de primeira grandeza.
Altamente recomendável, “Terra Sonâmbula” é seu romance de estréia é desde sempre um clássico da língua portuguesa.
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